


Jesus reborn
O enigma dos bebês reborn continua firme. A trama vai se adensando a cada semana, destemperadamente. Há poucos dias um post no Instagram trouxe à tona uma questão terrível: “Espíritos podem se apegar a um bebê reborn?” “Existem relatos de mães que sentiram o reborn esquentar, respirar, ou ouviram choros
Sacalina, 2017
No aeroporto Durante o verão do centenário da Revolução, atravessamos a Rússia pela famosa e quase infinita bitola dos trens que percorrem a Transiberiana. Geralmente considera-se como o início do percurso de tão onírica viagem as cidades de Moscou ou São Petersburgo. Nós, eu e Anastasia Lukovnikova, companheira de aventuras,
Últimos Artigos

Soft power
Outro dia de tarde fui comer um joelho: o melhor de Copacabana, dizem os terríveis influencers juvenis. Ao meu lado no balcão um turista estadunidense tomava açaí. Ele perguntou em inglês para mim: “Esse salgado é de que?”. “Ham and cheese”, respondi prontamente e perguntei: “Where are you from?”. Ele
Jesus reborn
O enigma dos bebês reborn continua firme. A trama vai se adensando a cada semana, destemperadamente. Há poucos dias um post no Instagram trouxe à tona uma questão terrível: “Espíritos podem se apegar a um bebê reborn?” “Existem relatos de mães que sentiram o reborn esquentar, respirar, ou ouviram choros
Lampião e o exército vermelho
Há 10 anos eu estava, com Anastasia Lukovnikova, nas proximidades da Estação Белорусский (Bielorrussa) em Moscou, durante as celebrações dos 70 anos da tomada de Berlim pelo Exército Vermelho, ou seja, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial. Anastasia gravou as imagens que depois se tornariam o videoclipe da faixa
O mundo invisível
Troquei o logotipo da newsletter. Antes era um “m”, agora é uma boa, velha e esperançosa estrela vermelha. Portar uma estrela vermelha nessa altura dos acontecimentos, se não é mais revolucionário, que seja pelo menos carnavalesco e absurdo. Estamos no mês, no signo, sob a constelação, sob o efeito de,
Ruy Castro
“Oswald de Andrade entrou e saiu de todas as estruturas do século XX e as fez explodir. Inclusive aquelas que não viveu, como o próprio Tropicalismo de Caetano que parafraseio. E não falo apenas do espectro da antropofagia. Oswald também foi simbolista, modernista, liberalóide, comunista, futurólogo, sociólogo, poeta imenso, artista
O que rolou aqui?
Então acabou. Quer dizer, ainda não acabou. Existe uma crônica do Machado de Assis na qual, nos estertores do século XIX, ele arremata da seguinte forma: “compreenderás [cara leitora,] que [este já] é um século esfalfado.” Eis o adjetivo formidável para 2024. Esfalfado. Antes, por conta desse esgotamento, eu tinha
Trump
Os Estados Unidos, pelo voto, decidiram romper com o seu passado. Começo essa cartinha extraordinária de hoje parafraseando o analista político da Al-Jazeera, Marwan Bishara, antissionista nascido em Nazaré. Pelo voto democrático os Estados Unidos estão nesse exato momento atingindo um turning point inédito, rompendo com o seu passado liberal.
Querido diário
Minha mãe é a grande substância espinosiana da minha vida e da vida do meu irmão. Eterna, simples e indivisível. Não à toa, e por isso mesmo, ela também é a maior arquivista que conheço. A nossa infância ainda existe materialmente nos cadernos, folhas avulsas, em alguns brinquedos e livrosTextos dispersos
Textos dispersos publicados anteriormente em sites, jornais e revistas.

Violeta
Violeta, de Alberto Martins, é a terceira e última parte da trilogia iniciada em A história dos ossos (Editora 34, 2005). A novela estabelece uma montagem possível de uma história familiar fragmentária, comida pelo tempo e pela memória. O leitor que acompanha a ficção de Alberto vai identificar que o
Cacaso letrista
Ao longo da década de 1970, Antonio Carlos de Brito, o poeta Cacaso, estabeleceu um modo de escrita poética que ficaria para a posteridade com a alcunha de "poesia marginal". Como poeta e professor, Cacaso não só entrou na onda como também ajudou a defini-la: poemas curtos, anotações
Hotel Universo
Dentre outras atribuições da mais alta pertinência, coube aos compositores e letristas brasileiros do século 20 o papel de “agenciador do enunciado coletivo” capaz de “desvendar o fundo, o sentido e o espírito das coisas”. Nas últimas décadas isso já foi dito e redito em distintas abordagens por distintos críticos,
Memórias, sinopse e spoiler semi-mentirosos do Glória, de Victor Heringer
“Como era sólido o edifício Glória”. Em outubro de 2013, fui com o poeta Ismar Tirelli Neto até a casa do Victor, na Rua Machado de Assis, no Largo do Machado, dar um abraço no autor por conta do prêmio Jabuti recém-anunciado. Tiramos uma foto com o Glória em punho,Últimos Artigos

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Outro dia de tarde fui comer um joelho: o melhor de Copacabana, dizem os terríveis influencers juvenis. Ao meu lado no balcão um turista estadunidense tomava açaí. Ele perguntou em inglês para mim: “Esse salgado é de que?”. “Ham and cheese”, respondi prontamente e perguntei: “Where are you from?”. Ele
Jesus reborn
O enigma dos bebês reborn continua firme. A trama vai se adensando a cada semana, destemperadamente. Há poucos dias um post no Instagram trouxe à tona uma questão terrível: “Espíritos podem se apegar a um bebê reborn?” “Existem relatos de mães que sentiram o reborn esquentar, respirar, ou ouviram choros
Lampião e o exército vermelho
Há 10 anos eu estava, com Anastasia Lukovnikova, nas proximidades da Estação Белорусский (Bielorrussa) em Moscou, durante as celebrações dos 70 anos da tomada de Berlim pelo Exército Vermelho, ou seja, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial. Anastasia gravou as imagens que depois se tornariam o videoclipe da faixa
O mundo invisível
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Ruy Castro
“Oswald de Andrade entrou e saiu de todas as estruturas do século XX e as fez explodir. Inclusive aquelas que não viveu, como o próprio Tropicalismo de Caetano que parafraseio. E não falo apenas do espectro da antropofagia. Oswald também foi simbolista, modernista, liberalóide, comunista, futurólogo, sociólogo, poeta imenso, artista
O que rolou aqui?
Então acabou. Quer dizer, ainda não acabou. Existe uma crônica do Machado de Assis na qual, nos estertores do século XIX, ele arremata da seguinte forma: “compreenderás [cara leitora,] que [este já] é um século esfalfado.” Eis o adjetivo formidável para 2024. Esfalfado. Antes, por conta desse esgotamento, eu tinha
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